Você já deve ter sentido aquela sensação desagradável de que há alguma coisa presa na parte de baixo da garganta, certo? O pigarro, como é conhecido, raramente representa um perigo para a saúde, mas se o sintoma for frequente é preciso investigar as causas com um especialista, já que pode indicar complicações mais graves como algum tipo de câncer.
A grande maioria dos pacientes limpa a garganta – na tentativa de eliminar o pigarro – de forma espontânea, sem perceber os perigos que podem estar escondidos neste hábito tão comum. Por isso, ficar atento à frequência com que você elimina o pigarro é essencial para diagnosticar uma possível complicação e realizar o tratamento mais adequado para seu caso.
O que é pigarro?
O pigarro é caracterizado pelo excesso de muco na garganta. O problema é causado por irritação ou inflamação na região, que podem ser decorrentes de diversas complicações. O excesso de muco pode causar complicações mais graves se for persistente, devendo ser investigado o quanto antes.
O que ele pode indicar?
Em períodos de pouca umidade e temperaturas baixas, é comum que nosso organismo tenha maior concentração de células da defesa na via respiratória, causando irritação no local, que por sua vez irá resultar no pigarro. O sintoma é muito comum em quadros de gripes e resfriados, desaparecendo assim que essas complicações são curadas. Mas nem sempre o problema é tão simples assim, uma vez que pode ser um sinal de alerta para complicações mais graves, principalmente se o sintoma for contínuo. Saiba o que ele pode indicar!
Refluxo faringo-laríngeo
Considerada uma das principais causas do pigarro, o refluxo faringo-laríngeo é ocasionado pelo retorno de ácidos do estômago para a garganta, criando a sensação de que algo está preso na região. Além do pigarro, o refluxo faringo-laríngeo causa outros sintomas otorrinolaringológicos, como tosse seca e rouquidão. O tratamento para o problema deve ser realizado com base em orientações dietéticas, modificando o horário e tipo de alimentação do paciente para diminuir a produção de ácidos estomacais.
Rinossinusite aguda
A rinossinusite aguda pode ser desencadeada por infecções virais que ocorrem durante gripes, resfriados ou crises alérgicas. Como consequência da infecção na garganta, o organismo reage produzindo muco em excesso, que irá resultar no pigarro. O diagnóstico da rinossinusite é realizado clinicamente através de avaliação médica e exame físico. O tratamento é realizado a base de medicamentos, como anti-inflamatórios e descongestionantes nasais.
Câncer de laringe
O câncer de laringe é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço, ocorrendo, predominantemente, em homens acima de 40 anos de idade. O pigarro pode ser um dos sintomas iniciais de câncer de laringe, que pode ser acompanhado de outros sinais, como dor de garganta, alterações na voz e disfagia. O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de que o tratamento seja efetivo no combate ao câncer. Por isso, se você notar a presença dos sintomas acima, é importante buscar ajuda médica o quanto antes.
Laringite crônica
A laringite crônica é uma condição inflamatória que atinge a laringe e persiste por mais de 3 semanas. Muitas vezes causada por irritação prolongada das cordas vocais, a condição tem como principais sintomas o pigarro, dor de garganta, tosse e rouquidão. O tratamento depende da causa do problema, mas, geralmente, consiste em descansar a voz e evitar exposição a agentes que possam afetar as cordas vocais, como cigarro, poluição e fumaça.
A importância da consulta médica
Por mais inofensivo que possa parecer, o pigarro nunca deve ser negligenciado, afinal pode ser um indício de complicações muito mais graves do que uma simples gripe ou resfriado. Ao notar que o sintoma está persistente, o ideal é buscar ajuda médica o quanto antes. Somente um profissional especializado é capaz de realizar um diagnóstico preciso e indicar a melhor forma de tratamento para cada caso. Pode ser que não seja nada sério, mas é melhor investigar a fundo para eliminar qualquer possibilidade de que seja algo mais grave. Gostou do nosso conteúdo? Continue nos acompanhando em nosso Facebook e Instagram. Para tirar suas dúvidas, entre em contato conosco. Em breve, iremos lhe responder!
Material escrito por: Dr. Paulo Roberto Crespi - CRM 4228 / RQE 4084 Diretor técnico do CDO, o Dr. Paulo Crespi é também um dos fundadores da clínica. Possui pós-graduação em otorrinolaringologia e mestrado em otoneurologia pela USP. Já exerceu cargos de chefia e presidência na Sociedade Catarinense de Otorrinolaringologia, nos departamentos de otorrinolaringologia do Hospital Geral Celso Ramos e da Associação Catarinense de Medicina.