Muito comum na população adulta e idosa, o zumbido é um problema que afeta cerca de 278 milhões de pessoas no mundo todo e 30 milhões de brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Por mais que pareça inofensivo, o zumbido pode ir muito além do desconforto na região e indicar doenças mais graves que estão ocasionando o sintoma.
Em alguns casos, o zumbido é uma consequência natural do excesso de ruído no ouvido, principalmente depois de festas ou shows com música muito alta, por exemplo. Nessas situações, o sintoma não indica nada mais grave e costuma desaparecer espontaneamente no dia seguinte. Contudo, quando o zumbido ocorre com frequência e possui duração prolongada é preciso ligar o alerta e buscar ajuda médica para identificar as causas do problema. Saiba mais abaixo! O que é o zumbido? O zumbido pode ser definido como um barulho incômodo que o paciente escuta sem a presença de uma fonte sonora. O sintoma pode se manifestar de maneiras diferentes em cada paciente, apresentando ruídos persistentes parecidos com barulhos de chiado, abelha, panela de pressão, motor, dentre outros. Quais as causas do problema? No nosso ouvido, as vias auditivas captam a vibração dos sons presentes no ambiente e os enviam na forma de impulsos elétricos para serem interpretados pelo cérebro. O zumbido ocorre quando as vias auditivas passam a enviar esses impulsos mesmo sem uma fonte de som. O sintoma pode ter variadas causas, sendo que as principais são: Perda auditiva Em grande parte dos casos, o zumbido é causado por algum grau de perda auditiva que ocorre, sobretudo, após a exposição contínua a ruídos muito intensos. Com a falta de estímulo auditivo, nosso corpo tenta compensar a ausência de comunicação entre o ouvido e o cérebro com os zumbidos. Doenças cardiovasculares As doenças cardiovasculares comprometem a correta irrigação dos vasos sanguíneos do ouvido, causando deficiência de nutrientes nas células da região e provocando a falta de estímulo sonoro. Nosso organismo, mais uma vez, compensa a falta do estímulo emitindo zumbidos. Cafeína Pessoas que têm o hábito de consumir café em excesso também podem desenvolver o sintoma. Isso porque a ação da cafeína bloqueia os receptores de adenosina e aceleram as atividades das células auditivas, aumentando o risco de lesioná-las e desencadear o zumbido. Diabetes O excesso de insulina no organismo afeta os estímulos elétricos responsáveis por enviar a informação do ouvido ao cérebro. Além disso, a doença aumenta os riscos de infecções nos canais auditivos e provoca o estreitamento das paredes da cóclea e a perda de células capilares no ouvido interno, o que favorece o aparecimento do zumbido e até mesmo da perda auditiva. Alcoolismo e tabagismo São condições que causam problemas no labirinto do canal auditivo e, consequentemente, alteram a percepção de sons ambientes, aumentando o risco do aparecimento de zumbidos frequentes. Medicamentos Em alguns casos, o sintoma pode surgir como efeito secundário do uso de medicamentos, principalmente antibióticos e antidepressivos. Como tratar o zumbido? Como não existe uma causa única para o zumbido, o problema não possui um tratamento específico para todos os casos. Os pacientes que sofrem com o sintoma precisam passar por uma avaliação médica a fim de identificar a causa e garantir o tratamento mais adequado para seu caso. O diagnóstico é realizado através de uma série de exames para identificar a causa do problema. Inicialmente, o paciente deve se consultar com um otorrinolaringologista para realizar uma avaliação clínica e fazer os primeiros exames. Dependendo dos resultados, o profissional indica a realização de novos exames ou encaminha o paciente para médicos de outras especialidades. Em casos de perda de audição, o uso de aparelhos auditivos pode ser suficiente para amenizar o sintoma e garantir uma audição de qualidade ao paciente. Terapia de Habituação ao Zumbido Se o zumbido estiver sendo causado por outra condição, o tratamento mais adequado pode envolver uma técnica denominada “Terapia de Habituação ao Zumbido”. O método consiste em habituar o ouvido ao zumbido de forma que o paciente passe a não se incomodar com a presença do sintoma. Com base nas características do zumbido de cada paciente, o especialista responsável configura um aparelho que gera um chiado padrão em volume um pouco mais baixo que o zumbido no ouvido. Como o chiado é contínuo e monótono, o cérebro tende a desviar a atenção para ele e como não causa incômodo, o paciente passa a não ouvir mais o zumbido. Gostou do nosso conteúdo? Se restou alguma dúvida, mande sua pergunta para nós. E não deixe de nos acompanhar no Facebook e Instagram para ficar por dentro de nossas dicas, novidades e atualizações.
Material escrito por: Dr. Paulo Roberto Crespi - CRM 4228 / RQE 4084 Diretor técnico do CDO, o Dr. Paulo Crespi é também um dos fundadores da clínica. Possui pós-graduação em otorrinolaringologia e mestrado em otoneurologia pela USP. Já exerceu cargos de chefia e presidência na Sociedade Catarinense de Otorrinolaringologia, nos departamentos de otorrinolaringologia do Hospital Geral Celso Ramos e da Associação Catarinense de Medicina.
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