A perfuração de tímpano é um problema auditivo considerado bastante comum. Por mais que a membrana timpânica possua uma participação pequena na audição humana – cerca de 10% – a recuperação da função do tímpano, através da timpanoplastia, pode ser recomendada para pacientes que apresentem algum tipo de ruptura na membrana timpânica.
No sistema auditivo, o tímpano ou membrana timpânica, exerce a função de transmitir o som proveniente do ambiente externo para os ossículos do ouvido médio, além de proteger o ouvido interno de exposições prolongadas à ruídos altos e graves. Mesmo que não represente grande prejuízo para a audição, a ruptura no tímpano sempre causa algum grau de perda auditiva que pode comprometer a capacidade de audição do paciente. Para a correção do problema, o mais recomendado pode ser o tratamento cirúrgico por meio da timpanoplastia. Continue a leitura e saiba mais sobre o procedimento!
O que é timpanoplastia?
A timpanoplastia é um procedimento cirúrgico realizado para corrigir perfurações no tímpano. O objeto do procedimento é fechar a membrana timpânica para que ela possa proteger o ouvido médio de agressões externas. Em alguns casos, ainda é necessário restaurar os ossículos do ouvido – martelo, bigorna e estribo – para melhorar a capacidade auditiva do paciente. Além disso, a cirurgia também é realizada para isolar o ouvido médio da água e evitar infecções, como as otites médias, que podem causar um novo rompimento na membrana timpânica, sobretudo após o paciente tomar um banho de mar ou de piscina, uma vez que a otite média é causada pela entrada de água na orelha média.
Quando a cirurgia é indicada?
Geralmente, perfurações pequenas no tímpano fecham espontaneamente ou com tratamento medicamentoso após algumas semanas. Se o fechamento não ocorrer em um período de três meses, é necessário realizar a timpanoplastia para a correção do problema. O procedimento é indicado para quadros de infecções crônica no ouvido ou perfurações por trauma, podendo ser realizado a partir da pré-adolescência. Não há contra-indicação para a timpanoplastia, salvo em casos específicos recomendados por orientação médica. Como o procedimento é realizado? Considerado bastante simples, a cirurgia de timpanoplastia consiste na colocação de um enxerto de cartilagem ou de parte muscular da orelha para o fechamento da perfuração. Para isso, o cirurgião realiza uma pequena incisão no canal auditivo ou atrás da orelha, por onde será colocado o enxerto. O procedimento é feito com anestesia local ou geral. Há também a possibilidade de realizar a cirurgia através do conduto auditivo, ou seja, sem a necessidade de um corte atrás da orelha.
Como é o pós-operatório?
O período de recuperação após a realização da timpanoplastia, geralmente, é bastante rápido e indolor. No mesmo dia ou no dia seguinte, o paciente pode retornar para casa, devendo permanecer de repouso por uma semana, além de seguir as demais recomendações médicas necessárias. Na primeira semana do pós-operatório, o paciente pode apresentar zumbidos, tontura, perda de equilíbrio, além da sensação de boca seca, devido à manipulação ou secção do nervo corda do tímpano. Em casos raros, pode ocorrer infecções e perda da audição do ouvido operado. Em 10% dos casos é necessário realizar um novo procedimento, uma vez que existe o risco de o tímpano não crescer normalmente após a operação cirúrgica. O acompanhamento deve ser realizado por um otorrinolaringologista, que pode solicitar exames específicos, como a audiometria, cerca de 3 meses após a realização da timpanoplastia. Ficou com alguma dúvida? Entre em contato conosco e envie sua pergunta. Para ficar por dentro de nossas dicas, novidades e conteúdos, nos acompanhe pelo Facebook e Instagram. Até a próxima!
Material escrito por: Dr. Paulo Roberto Crespi - CRM 4228 / RQE 4084 Diretor técnico do CDO, o Dr. Paulo Crespi é também um dos fundadores da clínica. Possui pós-graduação em otorrinolaringologia e mestrado em otoneurologia pela USP. Já exerceu cargos de chefia e presidência na Sociedade Catarinense de Otorrinolaringologia, nos departamentos de otorrinolaringologia do Hospital Geral Celso Ramos e da Associação Catarinense de Medicina.