Pouco frequente, a polipose nasossinusal pode ser confundida com doenças alérgicas mais comuns, como a rinite e sinusite. Apesar de os sintomas serem similares, a condição apresenta características distintas que podem levar a diferentes complicações caso não seja tratada adequadamente.
Neste artigo, você confere as principais causas, sintomas e tratamentos para entender melhor do que se trata a polipose nasossinusal. Boa leitura!
O que é polipose nasossinusal?
A polipose nasossinusal – ou simplesmente pólipo nasal – é uma doença inflamatória crônica que atinge a mucosa respiratória nasal e os seios paranasais. Trata-se de pequenos tumores benignos decorrentes de inflamação na região, não apresentando o risco de evoluir para um quadro de câncer.
Geralmente, os pólipos se apresentam na forma de lágrimas ou pequenas uvas que se formam ao redor das cavidades dos seios paranasais. A grande maioria dos pólipos cresce nos canais interiores ou nos seios nasais, embora alguns possam se desenvolver no início do nariz.
Quais são as causas?
A medicina ainda não conhece completamente as causas da polipose nasossinusal. Contudo, há uma relação entre predisposição genética e processos inflamatórios crônicos das vias áereas que podem levar ao desenvolvimento da condição. Além disso, pacientes que sofrem com o problema apresentam uma hiperatividade do sistema imunológico.
Existem fatores de risco?
Apesar de as causas não serem totalmente conhecidas, sabe-se que alguns fatores de risco podem contribuir para a polipose nasossinusal. Dentre eles, podemos citar:
predisposição do sistema imunológico;
sinusite crônica e recorrente;
rinite alérgica;
asma;
doenças alérgicas;
alergia à aspirina;
alterações obstrutivas do nariz e seio da face.
Quais são os sintomas? Em alguns casos, a polipose nasossinusal não apresenta qualquer tipo de sintoma e pode passar despercebida pelo paciente, principalmente se o pólipo for pequeno. Já os pólipos maiores ou um conjunto de pólipos agrupados podem causar sintomas bastante incômodos, sendo que os principais são:
diminuição ou perda do olfato;
obstrução e congestão nasal;
coriza persistente;
dores no seio da face;
alteração no paladar;
tosse.
Quais as complicações da polipose nasossinusal?
Caso não seja tratada adequadamente, a polipose nasossinusal pode facilitar a ocorrência de infecções respiratórias, como a sinusite crônica, por bloquear o fluxo de ar nas vias aéreas e cessar a drenagem do fluido contido dentro dos pólipos. Além disso, a condição também pode causar crises de asma, apneia obstrutiva do sono, infecções nos olhos e meningite.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser realizado por um médico otorrinolaringologista, que pode diagnosticar a polipose nasossinusal apenas pelos sintomas relatados pelo paciente ou através de um exame físico. No entanto, a confirmação do diagnóstico deve ser realizada por meio de exames específicos como a endoscopia nasal ou tomografia computadorizada.
Quais são os tratamentos?
O tratamento para a polipose nasossinusal é individualizado e varia de acordo com o quadro de cada paciente. Na grande maioria dos casos, o tratamento é clínico e deve ser realizado com o uso de corticoides em formato de spray com aplicação diretamente na região afetada.
Se os corticoides nasais não apresentarem o efeito desejado, o médico responsável pode prescrever o uso de corticoides por via oral. Caso nenhum dos tratamentos seja efetivo, é necessário realizar um procedimento cirúrgico para a retirada dos pólipos nasais.
A polipectomia – como é chamada a cirurgia de remoção dos pólipos nasais – é realizada por meio de um procedimento endoscópico do nariz e dos seios da face. A cirurgia é feita com aplicação de anestesia local e possui duração média de 1 hora. A recuperação ocorre em cerca de 15 dias.
Durante o pós-operatório, é importante que o paciente retorne ao consultório para que o otorrino realize a limpeza da cavidade nasal. Além disso, é preciso seguir as orientações específicas repassadas pelo profissional para garantir o sucesso da cirurgia.
Como prevenir?
O tratamento clínico e cirúrgico podem eliminar os pólipos nasais, mas não oferecem uma solução definitiva para o problema. Com o passar do tempo, os pólipos podem reaparecer, principalmente se o paciente não adotar hábitos preventivos.
Por isso, é importante seguir alguns cuidados especiais para prevenir e reduzir as chances de desenvolver polipose nasossinusal, além de evitar o reaparecimento de novos pólipos. Confira o que você pode fazer:
usar corticoide intranasal conforme orientação médica;
manter doenças alérgicas, como asma, rinite e sinusite, bem controladas;
evitar contato com substâncias alérgenas;
realizar lavagens nasais frequentes com soro fisiológico;
evitar ambientes com ar seco;
lavar as mãos regularmente.
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Material escrito por: Dr. Rafael Pinz - CRM 14548 / RQE 7163 Natural de Florianópolis, o Dr. Rafael Pinz fez sua graduação e residência médica na Faculdade de Medicina na USP. É especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Médica Brasileira e membro da Aborlccf. Seus principais interesses são o tratamento clínico e cirúrgico das doenças do nariz e do sistema vestibular.
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