Os avanços na medicina e tecnologia permitiram que pacientes com surdez voltassem a ouvir com a ajuda de métodos inovadores. Para níveis variados de perda de audição, os aparelhos auditivos são suficientes para solucionar a dificuldade de ouvir, mas em casos de surdez profunda, o implante coclear é a melhor alternativa para devolver a capacidade auditiva.
Na infância, a surdez profunda dificulta a modulação vocal e prejudica o desenvolvimento da linguagem, causando isolamento social e, em muitos casos, distúrbios psicológicos que afetam o aprendizado da criança. Em pacientes adultos e idosos, o problema reflete em todo o estilo de vida, o que também resulta em isolamento social e pode levar ao desenvolvimento de doenças graves, como a depressão.
Para resgatar a qualidade de vida, a cirurgia de implante coclear representa um avanço significativo no tratamento da deficiência auditiva, proporcionando diversos benefícios aos pacientes que passam pelo procedimento. Continue a leitura e descubra tudo o que você precisa saber sobre o aparelho!
O que é implante coclear?
Popularmente conhecido como ouvido biônico, o implante coclear é um aparelho eletrônico introduzido cirurgicamente na orelha interna do paciente. O dispositivo substitui as células do ouvido interno ao estimular o nervo auditivo e permite devolver a audição para pacientes que apresentam surdez severa ou profunda.
O aparelho é constituído por duas partes: a interna e a externa. A parte externa fica aparente no ouvido do paciente, sendo composta por um microfone, uma antena transmissora e um processador de fala. Já a parte interna é constituída por um receptor e um conjunto de eletrodos, que é posicionado dentro da cóclea.
Como o implante funciona?
Diferente dos aparelhos auditivos convencionais, que amplificam o som e o enviam através do canal auditivo normal, o implante coclear envia o sinal sonoro diretamente para o nervo auditivo, que por sua vez capta os sinais e os enviam até o cérebro para que possam ser interpretados como som, dispensando a necessidade da presença das células ciliadas da cóclea.
Para quem é indicado?
Inicialmente, o implante coclear era indicado apenas para pacientes que não obtinham sucesso com o uso de aparelhos auditivos convencionais. Hoje, a recomendação da cirurgia abrange pacientes de todas as idades, desde bebês até idosos, sendo que eles são divididos em dois grupos:
Pacientes pré-linguais
Os pacientes pré-linguais são aqueles que nasceram com surdez e apresentam perda auditiva neurossensorial bilateral de grau severo a profundo, com reabilitação fonoaudiológica efetiva há pelo menos 3 meses ou desde a realização do diagnóstico, e que não se beneficiam com o uso do aparelho auditivo convencional.
Nesses casos, a recomendação é de que a cirurgia seja feita entre 1 e 2 anos de idade.Quanto mais cedo o procedimento for realizado, melhores serão os resultados para o desenvolvimento da linguagem da criança.
Pacientes pós-linguais
Neste grupo, estão os pacientes que apresentaram surdez após o desenvolvimento da fala – geralmente são pacientes idosos – e que também apresentam perda auditiva neurossensorial bilateral de grau severo a profundo e não obtiveram um resultado satisfatório com o uso de aparelhos convencionais.
O implante coclear pode ser realizado em qualquer faixa etária, mas quanto maior for o tempo de surdez, piores serão os resultados. Por isso, recomenda-se que o procedimento seja realizado o quanto antes.
Quais são as etapas que antecedem a cirurgia?
O processo de preparação para a cirurgia de implante coclear exige a participação de uma equipe multidisciplinar para que o paciente esteja apto ao procedimento e tenha sucesso com o tratamento. Existem diversas etapas antecedentes à cirurgia que devem ser obrigatoriamente seguidas:
Avaliação médica
Inicialmente, o paciente deve ser submetido a uma avaliação médica com um otorrinolaringologista, a fim de identificar a causa, o tipo e a gravidade da surdez. Além disso, são solicitados exames auditivos e de imagem, como audiometria, BERA, , ressonância magnética e tomografia computadorizada para verificar a anatomia da orelha interna e a existência de possíveis doenças que devem ser tratadas antes do implante coclear.
Avaliação fonoaudióloga
A avaliação com um fonoaudiólogo tem como objetivo avaliar, sobretudo, o grau de surdez, a linguagem emissiva e a adaptação ao aparelho auditivo convencional. Se o implante coclear for a melhor opção, o profissional irá realizar testes auditivos, de linguagem e exercícios vocais que irão preparar o paciente para conviver com o implante após a realização do procedimento.
Como é feita a cirurgia?
A cirurgia é realizada em ambiente hospitalar e possui duração média de 2 horas. Normalmente requer 1 dia de internação hospitalar. O cirurgião faz um pequeno corte atrás da orelha do paciente e realiza a abertura do osso da mastoide (mastoidectomia).,Na sequência identifica a cóclea onde os eletrodos são inseridos.
Em seguida, o processador interno é colocado embaixo do couro cabeludo, na região atrás da orelha. Para finalizar, a área operada é fechada com pontos, e um curativo compressivo é colocado no local.
Durante o período pós-operatório, o paciente deve evitar tomar Sol ou fazer esforço físico por 30 dias. A recuperação costuma ser tranquila e com pouca dor.
Como é a reabilitação?
O aparelho eletrônico só é ativado de 4 a 6 semanas após a cirurgia, já que esse é o tempo necessário para a cicatrização do local operado. A ativação deve ser feita por um fonoaudiólogo treinado, que irá acoplar o processador de fala ao computador ajustar parâmetros como velocidade e intensidade de estímulo. Em seguida, alguns testes são realizados em busca da sensação auditiva do paciente e de sua reação a estes estímulos.
Em adultos que desenvolveram perda auditiva após o aprendizado da linguagem, a ativação costuma ser bastante positiva, uma vez que o cérebro já conhecia os sons antes da surdez. Nesses casos, é possível atingir alta porcentagem de reconhecimento de palavras, frases e dos mais diversos sinais sonoros.
Em pacientes pré-linguais, a ativação do implante coclear pode causar estranheza e ser interpretado de várias formas. Por isso, é importante fazer acompanhamento profissional até que o paciente se adapte a sua nova realidade.
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