As cordas vocais são um tecido musculoso que, assim como o próprio nome sugere, são responsáveis por permitir a nossa fala. Com os cuidados necessários, essas estruturas permanecem saudáveis durante toda a vida, mas o uso inadequado pode comprometer seu correto funcionamento e causar problemas na região, sendo que os nódulos nas cordas vocais são uns dos mais comuns.
A condição pode provocar alterações na fala e assustar o paciente em um primeiro momento, mas não há motivo para grandes preocupações. Os nódulos não correm o risco de evoluir para câncer e com o tratamento adequado podem ser curados. Mas, afinal, qual a melhor forma de tratar o problema? Continue a leitura e saiba mais!
O que são nódulos nas cordas vocais?
Nódulos nas cordas vocais, também conhecidos como “calos”, são pequenas lesões de caráter benigno que atingem a região de maneira simétrica e bilateral, ou seja, em ambos os lados das cordas vocais. Eles são formados por tecido edematoso ou fibras colágenas e, ao contrário do que muitos pacientes acreditam, não se trata de um tipo de tumor, já que não são compostos por novas formações celulares.
Quais são as causas do problema?
Os nódulos se formam na região da laringe que recebe maior impacto do comportamento vocal. Assim, o problema surge em decorrência do uso excessivo da voz e afeta, sobretudo, profissionais que precisam falar por muito tempo ou até mesmo gritar durante o trabalho. De maneira geral, as principais causas dos nódulos nas cordas vocais incluem:
falar muito alto;
gritar com frequência;
falar com voz muito grave;
falar em ambientes com excesso de ruído;
falar durante movimentação física intensa;
falar muito rápido.
Além disso, existem alguns fatores de risco que podem aumentar as chances de o paciente desenvolver nódulos nas cordas vocais. Dentre os principais, podemos citar o tabagismo, uso excessivo de bebidas alcoólicas, alergias respiratórios e distúrbios hormonais.
Como saber se tenho nódulos vocais?
Os nódulos impedem o fechamento das cordas vocais durante a fala, deixando escapar ar pelas regiões que não entram em contato e alteram o padrão de vibração dos tecidos das pregas vocais. Com isso, ocorrem alterações na fala que resultam em rouquidão crônica ou voz sussurrada, sendo que este são os principais sintomas.
Alguns pacientes podem, ainda, apresentar dor na região do pescoço, pigarro em excesso, dificuldade para respirar, dentre outros. Ao notar os primeiros sinais, é importante buscar ajuda médica para evitar a piora do quadro e começar o tratamento adequado para cada caso.
O diagnóstico pode ser confirmado por meio de um exame clínico, no qual o médico examina a garganta do paciente com um espelho ou um tubo visualizador fino. Em alguns casos, são solicitados exames de imagem, como a laringoscopia e a laringoestroboscopia, para garantir o correto diagnóstico.
Quais são os tratamentos?
O tratamento inicial para os nódulos nas cordas vocais consiste, basicamente, em descansar a voz e evitar qualquer atividade que possa causar irritação na laringe. Como a maioria dos casos é causada pelo uso excessivo da voz, pode ser necessário que o paciente realize sessões de terapia vocal com um fonoaudiólogo para aprender a falar de forma correta e sem agredir as cordas vocais.
Esses dois cuidados – descansar a voz com frequência e realizar terapia vocal – podem ser suficientes para curar os nódulos de maneira natural. Se o paciente continuar com esses cuidados em seu dia a dia, as chances de reincidência são muito pequenas.
Contudo, os nódulos maiores e considerados mais graves devem ser removidos cirurgicamente para que o paciente consiga recuperar sua voz natural. O procedimento é considerado bastante simples, seguro e de rápida recuperação.
Vale ressaltar que a consulta médica é indispensável para avaliar a necessidade de cada caso. Somente um profissional especializado é capaz de garantir o diagnóstico correto e orientar sobre a melhor forma de tratamento para cada paciente.
Como evitar nódulos nas cordas vocais?
Alguns cuidados simples podem evitar o aparecimento de nódulos ou a reincidência do problema após a cura. Os principais são:
beber bastante água;
evitar falar por muito tempo;
evitar pigarrear com frequência;
evitar fumar e ingerir bebidas alcoólicas;
evitar usar roupas apertadas na região do pescoço.
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Material escrito por: Dr. Alvin Laemmel - CRM 5746 / RQE 4079
Formado em medicina pela UFSC, o Dr. Alvin Laemmel é especialista em cirurgia de cabeça e pescoço pela USP e mestre em técnica operatória e cirúrgica pela Unifesp. Seus principais interesses são o tratamento cirúrgico de doenças da tireoide, de tumores na cabeça e pescoço e das glândulas salivares.
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